quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Vida em Blocos

Morar em prédio é para poucos, nem todo mundo tem capacidade de conviver em cativeiro, sim porque a maioria dos prédios hoje em dia são grandes cativeiros, gaiolas, a gente vive empuleirado. Antonio se mudou para o apartamento de 36m2 fazia pouco tempo, foi morar lá depois que se divorciou de Suellen. Eles moravam em uma casa pequena, mas bem bonitinha. Antonio tinha apenas 8 vizinhos. Oito do lado direito do andar e mais oito do lado esquerdo, ele morava no apto 45 Bloco A Ala Norte de um condomínio que tinha 12 torrres... Fazendo uma conta rápida, ali naquele terreno morava todo o Piauí. Antonio tinha vaga na garagem, e era vaga coberta, um luxo, mas era no Bloco G da Ala Sul, ou seja, Antonio deixava o carro na garagem na quinta e chegava em casa na sexta, vez ou outra ele acampava no G3 do Bloco D, dormia ali mesmo, assim no dia seguinte não chegava atrasado no trabalho. A reunião de condomínio era no Pacaembú, pois só assim todos poderiam participar, parecia a Marcha Prá Jesus de tanta gente que ia. Os porteiros e zeladores eram tantos, que a administradora padronizou os nomes, porteiros eram todos João e Zeladores todos Zé. O primeiro final de semana que Antonio passou lá resolveu ir para a piscina, prá socializar, tentou pegar um sol, mas pegou mesmo uma micose lascada que demorou 15 dias prá curar, mas Antonio tinha fé de que tudo ia mudar, inclusive ele.

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